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2016
Brasília-DF

autores
Carolina Penna
Marcio Novaes Coelho Jr
Paula Bartorelli
Silvio Sguizzardi

colaboradores
André Mesquita Britto
Caio Ferraz de Almeida Prado
Kamal Yazbek
Luiz Henrique Lourenço
Patrícia Sturm

consultores
Andrea Vosgueritchian
Sasquia Obata

Para visualizar a prancha em alta definição, acesse:
https://concourseapp.s3.amazonaws.com/documents/555ad44586ee9b13b5dbd7f84e7d33b8.pdf

Sede do IAB/DF + CAU/BR

A nossa proposta para o Concurso Público de Arquitetura da Sede do IAB/DF + CAU/BR

MEMORIAL

 

Brasília surge de uma abstração geométrica e simbólica: o cruzamento perpendicular entre dois eixos, que marcam e definem o território, a partir dos quais a cidade é desenhada de forma racional e utópica, em toda a sua complexidade e contradições.

A sede das duas principais instituições de Arquitetura e Urbanismo do país, o Instituto de Arquitetos do Brasil e o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil, ganha espacialidade a partir da representação poética deste conhecimento fundamental da criação arquitetônica, a geometria, adotada como partido arquitetônico, aplicada de forma precisa, sem concessões, elemento ordenador, expressão do desejo de transformação do mundo pelo homem.

A volumetria gerada, duas lâminas gêmeas dispostas lado a lado no sentido longitudinal do lote, surge da compreensão da equidade entre as instituições, acomodando sem hierarquia as atividades de cada uma. Assim, o programa de necessidades se desenvolve de forma clara e didática, facilitando a orientação do visitante ao local.

O pavimento térreo se configura como uma grande praça, abrigando os usos de interesse público, de convivência e socialização dos funcionários das instituições, proporcionando a rica e saudável interação entre todos os usuários do edifício. Nos pavimentos inferiores, encontram-se os espaços culturais, o estacionamento, as áreas técnicas e de serviço. Nos superiores, os escritórios com planta livre de interferências e, portanto, total flexibilidade de aproveitamento, e o Plenário. No terraço, salas de reuniões, o bar e o restaurante, oferecendo a vista para o Lago Paranoá. A circulação vertical é comum às duas instituições.
A racionalidade estrutural, baseada na simplicidade construtiva e complexidade espacial, prevê o emprego de poucos componentes portantes, pré-moldados, familiares às indústrias locais de construção, proporcionando economia de recursos e tempo. A estrutura modular se torna textura, superfície, massa, cheios e vazios, o espaço sensorial habitado, desempenhando papel fundamental na conformação da volumetria e na organização funcional do edifício, desenhando o espaço e, concluindo em si a tríade vitruviana. Como os bons exemplos da Capital Federal, quando a estrutura estiver concluída, o prédio estará praticamente pronto.

Da mesma forma, as vedações, também modulares, apresentam apenas três variáveis: painel cimentício cego; caixilho de alumínio simples e caixilho de alumínio protegido por brises para as fachadas com maior incidência solar. São ainda dotados de bandeja de luz, com o intuito de proporcionar melhor distribuição de iluminação natural indireta aos espaços internos e proporcionar maior eficiência energética da edificação.

O espelho d’água no terraço ao fundo refresca os espaços internos, umidificando os ventos sudeste, recebendo águas pluviais, que são então direcionadas a cisternas.

A praça central semi-coberta – um grande vazio com volume igual ao das lâminas construídas – continuidade do espaço público que adentra o edifício, propicia a formação de um micro-clima ameno e agradável, protegendo o usuário do forte sol do Planalto Central, tornando-se extensão das áreas de trabalho, local aprazível de providenciais encontros fortuitos, descanso e lazer, inspirada na arquitetura da Cidade Inventada de Lúcio Costa, intrinsecamente impregnada do espírito de liberdade, fruição e descoberta de seu Plano Piloto.